quinta-feira, 10 de maio de 2012

Concorrência no meu setor

Nas notícias informam que a minha área (Informática) neste momento não está a sentir tanto a crise, como outras áreas (Professores de Línguas, História, Contabilidade, enfermagem, psicologia, ...), contudo não existe só concorrência com pessoas com as mesmas competências que eu:
  • os empregadores escolhem técnicos com o 12º ano, recém-licenciados para estágios curriculares, iefp ou profissionais
    • para pagar pouco e obrigá-los a trabalhar com mais exigência, para tentarem fazer o trabalho de um licenciado
    • colocam os colaboradores com mais experiência a orientá-los e a ensinar quase todos os processos de uma tarefa... O colaborador antigo fica assoberbado de trabalho porque além das suas tarefas também tem de orientar outra(s) pesssoa(s)
  • os empregadores que querem optimizar os processos também escolhem pessoas:
    • da área de matemática, matemática para a tecnologia para a opimização de cálculos
      • que a maioria das vezes não compreendem a funcionalidade das plataformas ou o básico de uma linguagem de programação
    • Gestores ou economistas para a a gestão de projetos
      • a maioria não sabe a área de negócio, programar tarefas ... propondo muitas vezes tempos irrealísticos para um tarefa ... e o trabalhador desgasta-se a tentar cumprir o exigido
      • quando algo acontece errado, não tenta perceber o processo da tarefa que ocorreu mal ou o porquê e coloca a culpa no colaborador abaixo
    • designers ou arquitetos para o desenvolvimento do site
Muitas vezes percebo a opção de escolher uma pessoa de outra área para enriquecer o projeto, mas a maioria das vezes, os empregadores não pensam:
  • no custo total do projeto ao contratarem pessoas menos qualificadas para a tarefa, pensando só, que de uma maneira ou outra vai ficar realizada. Nem que os novos colaboradores precisem de orientação e isso implica que outro(s) colaborador(es) tenha(m) de dar assistência
  • que 8h diárias é o tempo pago para um dia de trabalho
    • mais do que isso, deixa o trabalhador cansado, precisando de mais tempo para elaborar uma simples tarefa
    • a maioria dos empregadores não paga hora extras, mas sente-se na obrigação de as exigir gratuitamente, em tempo de crise
    • como é que uma pessoa pode retirar um curso para melhorar conhecimentos, se trabalha ás vezes 14h a 16h por dia?
    • como é que uma pessoa pode ficar motivada, vendo o salário a baixar e a exigência a aumentar?
    • Por exemplo, a minha hora de saída num trabalho era às 18h e eu costumava sair sempre depois das 18:30.. 20h (habituei-os mal, eu sei) e um dia saí ás 18h certas ... o patrão veio logo perguntar, "Já vai?", e eu respondi "Sim, não tenho nenhuma tarefa pendente e estou na minha hora" .... mas não foi bem visto
    • Também já me aconteceu sair sempre depois do meu horário de trabalho estipulado, e noutra empresa às 20h, o chefe (que chega e sai às horas que lhe apetece) veio perguntar-me "Então, já vai sair?". E eu respondi "Sim, e já vou tarde!"
    • Uma vez já estava a apanhar o transporte público, por volta das 21h, e recebo uma chamada, no meu telemóvel pessoal, a exigir que fosse terminar uma coisa, que não era muito importante, mas tinha sido um pedido de um amigo ...
E com estes sacrifícios e ainda mais ... fiquei desempregada.

desmotivado

1 comentário:

  1. Olá Sousa,
    Em nome do Blog Mil Razões... gostaria de lhe pedir permissão para publicarmos este seu texto no nosso blog na próxima terça-feira.
    Faremos referência ao seu blog.
    Muito obrigada.

    ResponderEliminar